sábado, 5 de agosto de 2017

Quasares, Pulsares e Blazares

   Blazares, quasares, pulsares... Quem lê artigos e/ou notícias científicas sobre o universo provavelmente já viu alguma ou todas essas palavras. E muitos também confundem seus significados. Mas o que elas representam? E quais as diferenças entre si? Para sanar essa dúvida, vamos falar de cada uma separadamente. 



Pulsar

   Para explicar o que é um pulsar, antes devemos entender o que é uma estrela de nêutrons. 
   No processo de morte de uma estrela grande (cerca de 8 massas solares), quando a estrela esgota seus recursos de combustível, seu centro entra em colapso, possuindo dois finais possíveis: uma estrela de nêutrons ou um buraco negro. Caso a repulsão das partículas ao se aproximarem seja forte o bastante para se estabilizar com a gravidade, ela formaria uma estrela cerca de uma ou duas vezes a massa do Sol, porém muito menor do que uma anã branca, e que se sustentaria pela repulsão de nêutrons e prótons, e não entre os elétrons, dando origem ao nome estrela de nêutrons.
Fonte: ASS Nova
   Se os polos magnéticos e rotacionais dessa estrela de nêutrons não estiverem alinhados, seus feixes de radiação giram, de modo que a estrela acende e apaga como um farol, gerando o pulsar. Possui esse nome pois a radiação emitida por ele é altamente direcional e só pode ser observada quando aponta diretamente para a Terra. Os pulsos tem duração média de 35 milésimos de segundo e se repetem em intervalos regulares da ordem de 1,4 segundos, porém alguns intervalos podem chegar a 8,5 segundos. Ele deixa de girar após cerca de 10-100 milhões de anos.



Quasar

   Os quasares (abreviação da expressão inglesa quasistellar object, ou "objeto quase estelar". Atualmente, designam qualquer objeto de aparência estelar cujo espectro apresenta um intenso desvio para o vermelho) são objetos fontes de rádio, com muita energia, que apesar do seu aspecto estelar, nas observações visuais, emite ondas de rádio mais intensamente que qualquer galáxia. Estão extremamente longes (entre 780 milhões de anos-luz e 28 bilhões de anos-luz de distância, o que os torna os objetos mais distantes dos quais temos conhecimento) e há cerca de 200.000 deles conhecidos. Acredita-se que em seus centros hajam buracos negros com massas cerca de cem milhôes de vezes a do Sol. A fusão nuclear que ocorre dentro de estrelas não poderia produzir o brilho do quasar, forte o suficiente (com luz visível e outras formas de radiação eletromagnética) para ser detectado da Terra a longas distâncias.
Fonte: David Darling




Blazar

   Os blazares são os menos conhecidos dentre os três. Na verdade, blazares e quasares são os mesmos corpos celestes, sendo a diferença somente as proporções do jato e que o blazar é visto de cima, com seu eixo de emissão de jatos apontado diretamente para a Terra. Seus jatos são uma combinação de seu campo magnético intenso com ventos poderosos vindos do disco de acreção.





Todos são objetos muito chamativos, tanto para os cientistas quanto para os amantes amadores da astronomia. O importante é não confundir mais um termo com o outro.




Fontes:

ROONEY, Anne. A história da física. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2013.

HAWKING, S.W. Uma breve história do tempo. 1. ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.

PANEK, Richard. De que é feito o universo? 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. O livro de ouro do universo. 2. ed. Rio de Janeiro: HaperCollins Brasil, 2016.

RIDPATH, Ian. Astronomia. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

HUSAIN, Zain. What are Blazars? Disponível em: <https://brownspaceman.com/what-are-blazars/>. Acesso em: 5 ago. 2017.

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